Falando mais especificamente da perda auditiva em adultos, seja ela causada por alguma doença específica ou pelo envelhecimento, vejo no dia a dia do consultório uma certa resistência dos pacientes quando é indicado o uso de aparelho auditivo como opção de tratamento.
Alguns se negam veementemente a usar, outros acham que sempre dá pra esperar um pouco mais. Esperar talvez que a perda auditiva se agrave a ponto de não conseguir ouvir quase nada, ou porque “nem atrapalha tanto assim” no dia a dia.
Pois bem, essa decisão de não usar ou adiar o uso quando já foi indicado pelo médico pode trazer consequências importantes, que vão muito além das tradicionais reclamações dos familiares (como ter que repetir tudo várias vezes).
Entre muitas, vou destacar três consequências muito relevantes:
1. Reações emocionais negativas, irritabilidade e depressão
A perda auditiva pode fazer com que a pessoa evite interações sociais, por medo de não compreender ou participar das conversas.
Isso leva ao isolamento, que pode gerar depressão, irritabilidade e sentimento de inferioridade.
2. Maior risco de desenvolver doenças neurológicas como Demência e Alzheimer
A audição é processada no cérebro, e funciona como um estímulo constante.
Quando esse estímulo diminui, o cérebro fica mais propenso à atrofia, aumentando o risco de doenças neurodegenerativas, como Demência e Alzheimer.
3. Redução da qualidade de vida e da longevidade
O tratamento precoce da perda auditiva melhora o bem-estar emocional e físico.
Com isso, a pessoa se mantém mais ativa, mais conectada e com maior expectativa de vida.
Assim como não devemos adiar nenhum tratamento médico, também não podemos subestimar a importância de tratar a perda auditiva, seja com medicamentos, cirurgia ou uso de aparelho auditivo.
Cuidar da audição é cuidar do cérebro, das emoções e da vida em sociedade.
Abraços,
Andréa