Tosse persistente: essa pode ser a causa

Sabe aquela tosse que já dura semanas ou meses?
Nem você, nem quem convive com você aguenta mais?
Já está fazendo coleção de vidros de xarope e nada de melhorar?

Também não é gripe, nem resfriado, nem alergia, bronquite, sinusite ou asma?

Pois é… agora eu vou te contar uma condição específica que pode ser a causa da sua tosse, e o que você pode fazer para melhorar. Então leia até o final.

Quando a Tosse Vira Crônica

Existem várias causas de tosse crônica (aquela que dura mais de 4 a 6 semanas).
Na consulta médica, avaliamos a história clínica completa: duração, padrão da tosse, sintomas associados… e com isso já é possível levantar suspeitas e, se necessário, pedir exames complementares.

Mas hoje, não quero falar de todas as possíveis causas. Quero focar em uma que tem sido cada vez mais comum — e que pode te surpreender.

Uma Tosse Que Vem Com Outros Sinais

Essa condição causa uma tosse que pode durar meses. Em geral ela é seca, mas pode vir com secreção esbranquiçada ou levemente amarelada.
Costuma piorar à noite, quando você deita.

E mais: pode vir acompanhada de:

  • Pigarro constante
  • Sensação de catarro preso na garganta
  • Sensação de “bola na garganta”
  • Garganta seca, dor ou inflamações recorrentes

Já se identificou com algum desses sintomas?

Sim, Pode Ser Refluxo!

Isso mesmo. O ácido produzido no estômago pode subir pelo esôfago, chegar até a garganta e causar tosse, irritação, pigarro e desconforto.

E nem sempre vem com azia ou queimação. O refluxo pode se manifestar com sintomas atípicos, sem o padrão clássico que todos conhecem.

Como Saber Se É Mesmo Refluxo?

Com base nos sintomas, o médico já pode propor um teste terapêutico com medicamentos específicos para refluxo.

Além disso, o otorrino pode realizar em consultório uma nasofibroscopia, que mostra sinais indiretos de acidez na laringe.
Em alguns casos, é necessário fazer uma endoscopia digestiva alta.

O Que Você Pode Fazer Agora?

Enquanto aguarda consulta ou avaliação médica, você já pode começar a adotar algumas mudanças comportamentais que fazem toda a diferença.

Aqui vão as principais orientações:

1. Reduzir o consumo de cafeína (café, chás, energéticos)
2. Evitar comidas muito temperadas (excesso de cebola, alho, pimentas etc.)
3. Evitar frutas muito ácidas (abacaxi, limão, maracujá)
4. Evitar alimentos industrializados, embutidos e enlatados
5. Evitar refrigerantes e bebidas com gás
6. Evitar bebidas alcoólicas e o cigarro
7. Esperar pelo menos 1 hora entre a refeição e o momento de deitar
8. Evitar ingerir líquidos durante as refeições (ideal: meia hora antes e uma hora depois)
9. Praticar atividade física pelo menos 3x por semana
10. Manter o peso adequado
11. Reduzir o estresse e incluir atividades prazerosas na rotina

Mudar Hábitos, Mudar a Saúde

Em grande parte dos casos, só com essas mudanças os sintomas melhoram bastante — às vezes até desaparecem totalmente.

Então vamos nessa? Vamos quebrar o ciclo da tosse com atitudes simples e conscientes no dia a dia.

Seu corpo agradece — e quem convive com você também!

Sobre mim
Dra. Andréa Rodrigues

• Graduação em Medicina pela Universidade Federal do Maranhão (UFMA).

• Residência Médica no Hospital Betina Ferro de Souza (UFPA).

• Especialista também pela Associação Brasileira de Otorrinolaringologia e Cirurgia Cérvico-facial.

• Membro Titular da Associação Brasileira de Otorrinolaringologia e Cirurgia Cérvico-facial.

• Pós-graduação em Imunologia Básica e Avançada (faculdade Unyleya)

• Pós-graduação em suplementação pediátrica (Sociedade Brasileira de Medicina Funcional Integrativa)

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