6 fatos sobre alergia a animais domésticos que irão te surpreender

Fato 1

Quanto maior o pêlo do animal, mais alergia ele causa, certo? Errado.

Independente do comprimento do pêlo, o potencial de causar alergia é o mesmo. Isso porque a proteína alergênica está presente principalmente na pele (epitélio), saliva, urina e sangue dos animais.

Essas proteínas aderem ao pêlo e, por isso, se espalham mais facilmente pelo ambiente, aumentando o contato com os alérgenos.

Fato 2

Não existe raça hipoalergênica.

Nenhuma raça de cão ou gato foi comprovadamente hipoalergênica. Isso significa que não importa se é um cão de raça ou um vira-lata caramelo, ambos têm o mesmo potencial alergênico.

O que pode fazer diferença é a quantidade de pêlos e a facilidade com que se soltam. Animais de pêlo longo ou que soltam muito pêlo acabam espalhando mais alérgenos pelo ambiente, o que pode piorar os sintomas em pessoas sensíveis.

Fato 3

Mesmo quem não tem animal em casa pode ter contato com alérgenos.

As proteínas alergênicas de cães e gatos são microscópicas, leves e se espalham com facilidade. Por isso, podem ser encontradas em locais públicos como escolas, creches, transportes e até casas sem animais.

Essas partículas permanecem no ambiente por até 4 a 6 meses mesmo após a remoção do animal da residência. Isso dificulta bastante o controle ambiental em casas onde há ou já houve pets.

Fato 4

Você pode ter alergia ao seu pet mesmo sem crises intensas.

Muita gente acha que não tem alergia ao animal de estimação por não apresentar crises graves. Mas o contato constante pode gerar sintomas leves e persistentes, que passam despercebidos.

Além disso, o sistema imunológico pode desenvolver uma tolerância, deixando de reagir com sintomas — mesmo que a pessoa tenha anticorpos contra o alérgeno. É um mecanismo semelhante ao da vacina alergênica, em que a exposição contínua leva à dessensibilização.

Fato 5

Contato com pets no primeiro ano de vida pode reduzir o risco de alergias.

Sim, é isso mesmo! Crianças que têm contato com cães e gatos no primeiro ano de vida, junto a outros fatores genéticos e ambientais, têm menor chance de desenvolver doenças alérgicas.

Portanto, não há necessidade de afastar os animais de estimação dos bebês — desde que os cuidados de higiene sejam mantidos, o convívio pode ser benéfico para a saúde respiratória da criança.

Fato 6

A única forma 100% eficaz de controle ambiental é retirar o animal de casa… Mas existe solução melhor!

A má notícia: medidas como limitar o acesso do pet a certos ambientes, manter a porta do quarto fechada ou usar purificadores de ar HEPA ajudam, mas têm eficácia limitada.

A única forma comprovada de controle ambiental total seria remover o animal definitivamente da casa. Mas calma…

A boa notícia é que você não precisa se separar do seu pet!
Existe um tratamento chamado imunoterapia alérgeno específica (vacina alergênica), que modula o sistema imunológico e permite a convivência com o animal sem sintomas — e até sem uso de medicamentos.

Esse tratamento funciona muito bem para alergia a animais domésticos e será o tema da nossa próxima matéria aqui no blog. Fica ligado!

Até lá, compartilhe esse conteúdo com quem precisa e continue cuidando da sua saúde sem abrir mão da companhia do seu pet! 🐾

Sobre mim
Dra. Andréa Rodrigues

• Graduação em Medicina pela Universidade Federal do Maranhão (UFMA).

• Residência Médica no Hospital Betina Ferro de Souza (UFPA).

• Especialista também pela Associação Brasileira de Otorrinolaringologia e Cirurgia Cérvico-facial.

• Membro Titular da Associação Brasileira de Otorrinolaringologia e Cirurgia Cérvico-facial.

• Pós-graduação em Imunologia Básica e Avançada (faculdade Unyleya)

• Pós-graduação em suplementação pediátrica (Sociedade Brasileira de Medicina Funcional Integrativa)

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